Páginas

22 de fevereiro de 2015

A (re)adaptação escolar pós-Carnaval

adaptação escolar (Foto: Thinkstock)
No final de janeiro, quando as aulas começaram, seu filho e você deram início à adaptação escolar. Ele chorava muito toda vez que vocês saíam para a escola, ainda não tinha se adaptado aos horários, não gostava da professora nem dos amigos e você, é claro, ficava de coração partido.
E quando tudo parecia finalmente estar entrando nos eixos veio o (longo) feriado de Carnaval. Quatro dias de folia depois, chegou a hora de retomar a rotina da escola e o sentimento é de que seu filho (e você também) retornou à estaca zero. Sim, pode não ser só impressão: essas pequenas férias no início da volta às aulas podem atrapalhar bastante.  “A interrupção do processo de adaptação pode sofrer regressão, principalmente se a criança já havia vencido alguma dificuldade, pois os vínculos criados dentro da escola ainda eram tênues”, explica a psicopedagoga Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Em outras palavras, se o seu filho não estava ainda tão acostumado à professora, aos novos amigos e ao próprio ambiente, bastaram apenas alguns dias de descanso em família para que esses laços que o seu pequeno estava começando a tecer se desfizessem.
Mas nada de desespero. Agora (como sempre!), é momento de lançar mão de uma boa dose de paciência para recomeçar o processo. É preciso retomar a rotina voltando aos horários no período escolar (tanto de acordar, como das refeições, de ir dormir e de fazer as lições), conversar novamente com a criança sobre a escola (tirando todas as dúvidas dela) e talvez até acompanhá-la nesses primeiros dias. O que não vale é tentar retardar esse processo.
Muitos pais acabam cedendo aos apelos dos filhos e deixam que a volta às aulas seja postergada para a segunda-feira da próxima semana. “Algumas famílias minimizam a importância do período de reinício das aulas, alegando que os professores fazem revisão do conteúdo do ano anterior e, portanto, o filho não vai ‘perder’ matéria nova”, explica Quézia. Só que essa atitude não colabora com o processo de readaptação à escola. Isso porque a questão principal não é o seu filho assimilar o conteúdo em si, mas retomar o ritmo e, acima de tudo, testemunhar qual é a postura dos pais em relação ao comprometimento com a escola. “Os pais devem sempre mostrar a importância que dão à vida escolar da criança, comprometendo-se com o calendário da escolar”, explica a psicopedagoga. Se nem você levar as aulas a sério, seu filho pode achar que, afinal, a escola talvez nem seja assim tão importante…
Confira abaixo algumas dicas para colocar em prática na véspera da volta às aulas que podem ajudar nesse processo:
- Coloque a criança para dormir mais cedo – nada de ficar acordado até altas horas como no feriado inteiro;
- Não estimule atividades que deixem a criança extremamente cansada – não adianta chegar de viagem de madrugada e querer que a criança esteja disposta para ir à escola logo cedo;
- Peça ajuda do seu filho para arrumar o material e o uniforme. Assim, ele começa a se envolver novamente nos preparativos para a escola;
- Seja carinhoso, mas firme. Ir à escola não é negociável, mas com certeza vai trazer um mundo de novas experiências tanto para você quanto para o seu filho.

8 de fevereiro de 2015

Calendário de Fevereiro


Mesmo um pouquinho atrasado, ele chegou!
Calendário do aluno


Gostaram?
Não deixem de comentar!

Abraços
Tatiana

* Para salvá-lo em melhor resolução, clique sobre o calendário com o botão direito do seu mouse.
Clique em "abrir link em nova guia". Após abrir a imagem em nova guia, clique sobre ela novamente para ampliá-la e salve-a em seu computador.


6 de fevereiro de 2015

10 características da lição de casa ideal

O que deve conter um dever de casa que seja interessante para o aprendizado de seu filho


                                                                                                       Foto: Claudia Marianno

Foto:

"Para ser efetiva, a tarefa de casa deveria ajudar a desenvolver a autonomia e
 promover o gosto pela descoberta, pelo conhecimento"

Se você acompanha a lição de casa do seu filho regularmente, parabéns! Está adotando uma das posturas mais estimuladas pelos especialistas para valorizar e contribuir com o aprendizado dele. Mas você já parou para analisar se tarefa que está sendo solicitada é bacana? 

"Quando se fala em dever de casa, toda atenção é voltada para o aluno, se ele o faz, se responde de forma completa, etc. No entanto, a maior responsabilidade é do professor, pois parte dele o pedido", ressalta Rose Mary Guimarães Rodrigues, docente do curso de Pedagogia da Unitri (Centro Universitário do Triângulo). 

Não se trata aqui de verificar o conteúdo proposto ou o nível do exercício passado, mas de ficar atento aos pontos que toda lição de casa, independente da disciplina, série ou metodologia, deve ter para cumprir seu papel. 

"Para ser efetiva, a tarefa de casa deveria ajudar a desenvolver a autonomia e promover o gosto pela descoberta, pelo conhecimento", afirma a educadora e psicopedagoga Heloisa Padilha.

O que ocorre, no entanto, é que muitas vezes a criança leva para casa uma extensa lista de exercícios sem, ao menos, entender qual é o objetivo deles. A lição torna-se então um dever sofrido e sem sentido. "Já vi professores pedirem como tarefa que os alunos escrevessem de mil a mil e quinhentos em letra cursiva. Imagine o quão terrível é isso para a criança", exemplifica Fátima Regina Pires de Assis, professora de graduação e pós-graduação do curso de Psicologia da PUC-SP.

Será que a criança entendeu o que tem de fazer? O momento em que a lição é passada, deveria em tese, não ser tumultuado. "Muitas vezes, a lição de casa é passada nos instantes finais da aula, a explicação é dada com o sinal anunciando o término da aula ou com a turma já na expectativa de ir embora, o que prejudica a orientação e até o entendimento", comenta a psicóloga Danila Coser.

Vale a pena aprender a reconhecer uma boa lição de casa. E caso as tarefas de seu filho estejam muito longe do recomendado, o melhor é conversar com professores e coordenadores, sempre com calma e respeito, para entender o porquê.

Veja as características de uma lição de casa ideal, apontadas pelas educadoras mencionadas, que possuem pesquisas e trabalhos sobre o tema:

- Tem de combinar com a proposta de ensino:  Se a escola manda lição para casa, isto tem que fazer parte da sua estratégia de ensino. A escola pode até decidir que o dever de casa não faz parte do seu jeito de ensinar e não enviar. Mas é preciso que fique claro, para alunos e pais, o que a escola (e não um professor específico) pretende com a tarefa de casa.

- Não pode ser muita nem pouca... O ritmo e o formato das tarefas podem variar de acordo com a disciplina trabalhada, porém é preciso equilíbrio e planejamento entre os professores para evitar que muitas tarefas sejam solicitadas para a mesma data.

- Precisa de um  porquê: A lição precisa ser passada por um motivo, não só "porque tem de ter lição de casa" e o objetivo deve ficar claro para os alunos. Este é um ponto essencial. Por exemplo: a professora pede aos alunos um mapa da Europa atual quando estão estudando Feudalismo. O ideal é explicar que o objetivo é comparar a divisão do território nestes dois momentos diferentes da História e que fazer o desenho do mapa dará um melhor entendimento.

- Tem de ser motivadora: Quem se anima diante de uma lista enorme de frases desconexas para fazer análise sintática? A tarefa ideal gera interesse no tema abordado e é prazerosa de ser feita ou pela descoberta que proporciona ou pelo desafio que traz. Por exemplo, propor a análise de frases retiradas de um texto divertido ou de uma história em quadrinhos...

- Seu filho tem de conseguir resolvê-laNada mais frustrante do que ser cobrado de algo que não se tem condições de responder. A lição não pode passar a sensação de ser "difícil" ou "muito complicada" para o aluno. Se seu filho nem souber do que se trata ou não estiver acompanhando, não deixe de falar com o professor ou o orientador.

- Ela deve ser clara! Ou seja, qualquer pessoa que ler o exercício vai entender o que está sendo pedido.

- Deve ser bem orientadaO professor precisa explicar, em aula, como a tarefa deve ser feita, como ela deverá ser apresentada e em que prazo. Por isso é sempre bom lembrar seu filho de anotar tudo na agenda.

- Deve ter relação com o conteúdo dado em aula: O exercício deve ser algo que ajuda a revisar ou ampliar um assunto abordado em sala de aula ou, ainda, prepara o aluno para temas que serão trabalhados na aula seguinte.

- Deve ser diversificada: O professor deve explorar os diversos formatos de lição possíveis, como trabalhos em grupos, pesquisas individuais, produção de texto, exercícios de observação, entrevistas, leitura, etc.


Texto: Luciana Fleury