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2 de maio de 2017

O sujeito leitor

Por Prof. Ms. Claudia Marques Cunha Silva

Será que a escola atual está formando novos leitores? Será necessário considerar que nos livros didáticos oferecidos aos alunos, as respostas, estão prontas e pouco se reflete para respondê-las. Os conhecimentos são sistematizados, dispensando assim uma pesquisa aprofundada ou uma reflexão, já que está tudo muito óbvio.

Para que a relação professor/aluno seja produtiva, o professor deve respeitar o que cada aluno traz de conhecimento prévio de sua realidade sócio histórica. Dentro de uma sala de aula encontraremos as mais diferentes formas de linguagem e conhecimento de mundo.

A leitura não tem seu início de aprendizagem, nem tampouco seu fim, dentro da escola. A formação do sujeito leitor será definida a partir das experiências de vida individual, sendo um processo contínuo e gradativo. A leitura como uma das formas de acesso ao conhecimento está intimamente ligada à escolha do tipo de texto a ser trabalhado em sala de aula. O bom senso do professor/a nessa escolha é fundamental, preparando e propiciando um ambiente para os desafios de interpretação e compreensão, tornando a leitura em uma tarefa prazerosa. Devemos ressaltar também as estratégias de leitura, a interação com a leitura e os diversos tipos de discursos.

O papel do professor em sala é muito maior do que se supõe: formar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e em condições de inferir conhecimentos e opiniões e, consequentemente, provocar mudanças.

Quando um texto é apresentado ao aluno sem uma proposta de reflexão crítica, de compreensão, este aluno tende a crer que está diante de um modelo sacralizado. Entretanto, quando há uma proposta de reflexão este mesmo aluno observará que os textos são produzidos para serem questionados e em relação a todos os aspectos nele apresentados. O leitor só terá essa percepção se estiver pronto para refletir e interpretar, caso contrário, poderá passar despercebido. Essa maturidade o sujeito leitor adquire lendo, comparando, analisando os mais diversos gêneros textuais, e nesse momento, é necessário sair dos limites do livro didático e partir para a diversificação.

Se nos núcleos familiares a presença da leitura é tímida, se a escola é pouco comprometida com a formação do leitor, se temos uma carência de bibliotecas públicas; é preciso então buscar alternativas que possam estimular o desenvolvimento deste leitor para que este possa exercer sua cidadania de maneira plena. Formar leitores não é tarefa fácil; compete à escola e à sociedade incentivar a prática de leitura como um instrumento de libertação e de aprimoramento humano. Deve ser estimulada desde a infância, antes mesmo de a criança entrar na escola.

O incentivo e o estímulo facilitarão seu aprendizado, permitindo que crianças, no futuro sejam leitores assíduos e conscientes do seu papel na sociedade. A leitura deverá ser sempre um meio e nunca um fim, deve ter várias funções, pois é diferente ler para se divertir, para estudar, para escrever, para pesquisar etc.