Na tentativa de fazermos da escola um espaço menos
“marchoso” e mais dançante, a roda é a ciranda do aprendizado
De todas as atividades de sala de aula, a hora da roda
pode ser a mais importante. Na roda, o professor recebe as crianças,
proporcionando sensações como acolhimento, segurança e de se sentir parte
integrante daquele grupo . Ela é considerada como um momento de liberdade de
expressão das crianças, de comunicação, de recados, rotinas do dia, os
professores não se apercebem, da riqueza de oportunidades de conhecimento e
desenvolvimento, que este encontro oferece.
Momento da coletividade. Da afirmação de que estamos
a viver em grupo. Hora da escuta, de se mobilizar pelas questões dos outros,
pelas narrativas do grupo. Momento de trocas de ideias. Da oralidade. De fazer
memória, de contar histórias. Na roda, cada um disposto a se olhar. A se
enxergar para além daquilo que a correria do cotidiano impõe. É um momento de
reflexão coletiva. De perceber que a cultura está presente naquilo que somos e nos
tornamos. É o momento de entender que somos compostos pela fala dos outros. É o
momento de experimentarmos o que sabemos na escuta dos demais.
Em
roda, as crianças se dispõem ao saber. Percebem que o professor está presente,
não só de corpo, mas com tudo o que envolve a vida de um educador: pesquisas,
gostos, desejos de mudança. Percebem que os saberes podem ser experimentados de
maneira mais leve. Percebem as sequências dos dias. Olham para o lado para ver
quem veio e quem não está lá. Combinam. Entendem regras de convívio em grupo.
Debatem. Discutem os incômodos singulares em busca de um entendimento de que as
regras valem para todos. Falam do que gostam, do que podem. Afirmam a voz como
instrumento de organização da rotina. Planejam, avaliam.
Na
roda, o educador pode desenvolver atividades que estimulam a construção do
conhecimento acerca de diversos códigos e linguagens, como, por exemplo,
marcação do dia no calendário, brincadeiras com crachás contendo os nomes das
crianças, jogos dos mais diversos tipos (visando apresentá-los às crianças para
que, depois, possam brincar sozinhas) e outras. Também na roda deverão ser
feitas discussões acerca dos projetos que estão sendo trabalhados pela classe,
além de se apresentar às crianças as atividades do dia, abrindo, também, um
espaço para que elas possam participar do planejamento diário.
Inspiração!
É na roda que as inspirações acontecem. Na roda, os assuntos são abordados,
discutidos, trabalhados. Os temas, os projetos, os conteúdos. Conhecimentos que
ganham força quando frequentados por cada um. A roda é a responsável por
costurar os saberes externos aos saberes internos. O que está fora de nós, como
uma história, e o que está dentro, a nossa história, com os nossos afetos.
Aprende-se mais em roda por isso!
E,
nessa tentativa de fazermos da escola um espaço menos “marchoso” e mais
dançante, a roda é a ciranda do aprendizado. É a dança de passos leves que todo
saber deveria nos provocar. Aprender é isso: um baile que te convida a voar!
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