Portal Educação: Parceria que capacita!

Curso online de Educação Infantil (Teorias e práticas pedagógicas)

De cara nova!!!



O Mundo da Alfabetização está sendo reformulado e, a partir da segunda quinzena de Novembro teremos muitas novidades.
Novos artigos, novas parcerias e muitas ideias bacanas estarão por aqui.

Para começar, o DVD de Atividades (mais de 3000 atividades para crianças de 5 a 7 anos envolvendo todos os conteúdos) passou por mudanças e agora você poderá adquirir as apostilas por turma, com um precinho super especial e enviadas por email.

Jardim I e II (4 a 5 anos)
1º ano (6 a 7 anos)
Folclore
Projeto Sítio do Picapau Amarelo

Se desejar adquirir o DVD completo você terá um super desconto (este será enviado por email)

Para maiores informações, entre em contato preenchendo o formulário que se encontra no lado direito do Blog ou envie um email para  tsibovitz@gmail.com

Aguardo vocês!
Abraços
Tatiana


Origami

História e benefícios para a Educação



Desde a invenção e o aperfeiçoamento do papel, os povos buscam diferentes maneiras de manipulá-los. Uma dessas maneiras é a arte de dobrar o papel, chamada de Origami. Essa técnica é originaria da China, mas foi no Japão que o origami realmente se popularizou e hoje já é considerado um patrimônio da cultura japonesa.

As primeiras instruções de como se fazer um origami só chegaram aos livros em 1797, antes disso a tradição era transmitida de mãe para filha. O primeiro livro sobre origami chamava Como Dobrar Mil Garças e foi a partir dele que a técnica do origami se difundiu; já em 1876  o ensinamento do origami passou a ser matéria obrigatória nas escolas japonesas.
arte do origami começou a ser difundida no século VIII, quando os mouros trouxeram a técnica até a Espanha. Como a religião dos mouros proibia a criação de qualquer figura simbólica, eles usavam a técnica do origami para estudar geometria.
Os diferentes tipos de símbolos construídos através do origami têm seu significado especial, por exemplo, o tsuru que é a garça, representa boa sorte, felicidade e saúde; a tartaruga quer dizer longevidade e o sapo representa o amor e a fertilidade. A lenda do origami ainda diz que quem fizer mil garças terá o desejo alcançado.
Os benefícios de se praticar e aprender o origami vão além do fato da criança e do adulto estudarem profundamente as formas geométricas e verem quantas possibilidades de símbolos podem ser formados em cada pedaço específico de papel. O origami é muito usado por quem está ainda aprendendo matemática; é um meio lúdico muito utilizado para que a criança se familiarize rapidamente com as figuras geométricas e aprenda as noções básicas de medidas.
Quem aprende origami consegue desenvolver as habilidades motoras das duas mãos, já que são necessárias o uso conjunto delas para se formar alguns símbolos; desenvolve as habilidades intelectuais e a criatividade usando todos os hemisférios do cérebro; desenvolve a memória, paciência e a atenção,  já que as regras precisam ser seguidas a risca.
No origami, enquanto as mãos se movimentam ativam os dois lados do cérebro. As zonas do tato, motora e visual estão em atividade e os sentimentos são de satisfação, orgulho e alegria ao completar uma dobradura. Outros benefícios do origami são: desenvolvimento da inteligência espacial, atenção, paciência, memória e imaginação.
Por tudo isso o origami é importante em qualquer idade e é indicado para todas as pessoas que gostam de desafios, para aqueles que querem aprender alguma coisa nova, que amam a beleza e para todos aqueles que gostam de trabalhar com as mãos.
Além de todos esses benefícios, o origami pode ser usado na educação, no desenvolvimento pessoal para ativar a criatividade, a memória, a paciência e desenvolver a auto estima. Também é usado em algumas terapias, como uma ferramenta especial para aquelas pessoas que tem problemas de articulação nas mãos.
E além de todos esses benefícios, a pessoa que trabalha com origami desenvolve o orgulho próprio e o sentimento de ela mesma ter conseguido a proeza de formar um símbolo sozinho; isso faz com que ela queira se aperfeiçoar constantemente.
Deixo alguns modelos de origami simples e que as crianças amam!




















Se você quiser outros modelos, basta acessar o marcador "Origamis" que se encontra no lado direito.
Abraços
Tatiana

Como escolher as melhores férias para os filhos


Com o fim do primeiro semestre o assunto que mais está nas conversas das crianças são as férias. Tempo para deixar de lado as preocupações escolares, de relaxar, acordar mais tarde e sair um pouco da rotina, é o que os pequenos mais desejam depois de meses de atividades, semanas de provas e boletins.
Mas quais seriam as melhores férias? Será que existem as férias ideais? Bem, nos tempos atuais o primeiro pensamento é com o bolso e o que é possível fazer para que algumas semanas não prejudiquem o orçamento familiar. A primeira tarefa é saber usar o tempo, ou seja, planejar. 
É importante a criança saber da necessidade desse planejamento e que às vezes é necessário economizar antes, para poder usufruir depois. De acordo com a idade, a criança pode ter uma noção de administração do dinheiro e saber que tudo precisa de organização. Saber que muitas vezes uma viagem não será possível, mas que é também legal passar as férias em casa e buscar diversão com as coisas que o cercam.
Para os que estão mais folgados e podem usufruir de dias distantes de casa, vale a pena sempre procurar locais que ofereçam não só entretenimento para a criançada, mas também segurança. Hotéis fazenda ou pousadas em regiões praieiras são ótimas opções quando se viaja com os menores.
O ar livre e a possibilidade de vivenciar uma atmosfera de descanso já muda a rotina da família. Nosso país tem uma costa muito rica e certamente muitas opções de praias e ótimos destinos para viajar com as crianças. Nunca esquecer da proteção solar para não causar queimadura na pele e de evitar longas horas sob forte sol em horários de grande radiação de raios ultravioletas.  Caso a viagem seja para mais distante como outro país, não esquecer o seguro viagem, importante para assegurar a família em caso de imprevistos.
É necessário saber os detalhes dos serviços do local escolhido. Hotéis que tenham programação, jogos, gincanas infantis com recreadores são bem disputados porque deixam os pais um pouco mais confortáveis já que as crianças vão sempre estar ligadas a atividades com outros hóspedes mirins.
Mesmo nas férias não deve ser descartado um horário para leitura, antes de dormir um livro ou historinha em gibis pode ser uma boa dica, nesta época a cabecinha das crianças estão mais descansadas e uma leitura é indicada também para não se desligar completamente desse tipo de atividade.

Quais as férias preferidas do seu(sua) filho(a)?

Brincando de Ensinar


Não há maneira melhor do que ensinar as crianças pequenas do que através de brincadeiras. E os pais podem brincar de serem os professores. São muitas formas de construir essa ligação em família.

Através de exercício de arte você pode deixar fluir a criatividade deles. Encoraje os desenhos, faça elogios e não critique se a criança pintou um cavalo de verde ao invés de marrom. É importante frisar que aquele pedacinho de arte, é um trabalho deles e não seu, então é louvável deixá-los livres para usar a imaginação.

Ajudar a construir a auto-estima da criança desde cedo é definitivo para a vida adulta. Através de um simples desenho, é possível valorizar o que a criança faz. Se a pintura não parece com nada que você viu em vida, ao invés de dizer espantado: “O que é isso?”, é melhor dizer: “Conte sobre seu desenho, estou curiosa.”

Mesmo que você não tenha tempo, o tempinho disponível deve ser valorizado e rico. Criança adora diferentes texturas, comprar tintas, pinceis, colas e “pintar o sete” junto com os filhos pode resultar em momentos mais valiosos do que uma tarde inteira em um shopping.

Outra maneira de exercitar o aprendizado com os filhos é através da leitura. Não há momento melhor do que um filho ou filha ouvir uma história contada pelos pais antes de dormir. Por mais que o cansaço assuma a maior parte do tempo, um leitura estabelece uma ligação forte entre a criança e quem ler para ela. A voz, a entonação, as gravuras do livro, o enredo, as personagens, tudo fica na memória. Quem não tem um livro que marcou a infância?

Esses momentos são também definitivos para investir no gosto pela leitura. Montar uma pequena biblioteca no quarto, incentivar visitas a bibliotecas e livrarias também é válido. A leitura constante só traz benefícios, enriquecimento de vocabulário, fluência na fala, além de uma escrita mais correta.

Incentive também seu filho a montar ou criar seus próprios livrinhos, colagens de gravuras, recortes de revistas, tudo é permitido para abrir espaço para a criatividade, valorize o resultado e exponha em um lugar especial da casa.

Criar histórias juntos e fazer parte delas, qual criança não gosta? É um momento também de exercitar temas como educação, respeito e obediência a regras. Brinque de dirigir e explique sobre como transportar crianças em um carro com segurança, brinque de fazer comidinhas e explique a importância de uma alimentação saudável e por que durante a merenda escolar é melhor levar uma frutinha de casa. São infinitas as alternativas.


Você brinca com seus filhos?

A arte de ensinar crianças e adultos


Uma das maiores transformações para uma criança é a entrada na escola. A primeira escola deixa marcas para toda a vida. A primeira sala de aula, a primeira professora. A hora do lanche, do recreio, novos amigos e o início de uma responsabilidade que vai durar parte da vida produtiva, que é o aprendizado escolar.

 Ensinar crianças talvez seja uma profissão que esteja na lista das que mais se exige dedicação porque além dos assuntos pertinentes a cada fase e classe, o papel da professora de ensino infantil se alarga também para outros campos. É que ela participa também da formação educacional e pessoal da criança em fase de crescimento, é o professor de ensino infantil que representa um modelo da figura adulta que não é pai e nem é a mãe.

E pessoas que escolhem fazer uma faculdade de pedagogia por exemplo, desenvolvem o gosto por este universo de mútua instrução, não só passar, mas receber conhecimento. Paulo Freire disse sabiamente que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

A pedagogia inclui uma metodologia que habilita o profissional a exercer a educação infantil, fundamental, orientação educacional e também supervisão e direção escolar.

Usualmente a vocação profissional ou o perfil de um candidato a esses cargos requer uma ligação com atividades de supervisão e desenvolvimento de projetos de ensino, um olhar voltado ao coletivo e individual, já que exercita a orientação de professores e educadores dentro de uma escola, além do gosto pelo universo instrutivo do saber.

Com a tecnologia e as mudanças nas formas de realizar atividades, o curso de pegagogia tem crescido também na modalidade a distância, metade dos matriculados neste curso são alunos de EAD, segundo pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Porém, a maioria já tem alguma ligação com a área antes mesmo de iniciar.

Diferente do que muitos pensam, esses cursos não são mais fáceis do que os presenciais. A parte escrita é mais exigida porque há uma demanda maior já que tem menos a comunicação oral, como nos cursos presenciais, de acordo com a docente da PUC-SP, Maria Elizabeth de Almeida.

De qualquer forma, o pedagogo que escolhe se dedicar ao universo infantil de ensino, desempenha o talento de lecionar e dar oportunidade de criar pessoas melhores. Desperta o prazer do conhecimento em uma fase de formação, que servirá para o futuro não só do aluno mas da sociedade.

Porque aprender é para toda a vida


O universo do aprendizado é uma base sólida para toda a vida. Quando o indivíduo é exposto a ricas informações e pode através delas aprender, ele exercita o enriquecimento pessoal. Uma maneira de investir nessa área é o contato direto com as fontes de conhecimento. Ler, escrever e exercitar a mente.

Muitos pais sabem desse valor e acertam quando desde a pequena infância dão oportunidade para os filhos de estarem em contato com o mundo dos livros, das historinhas, das brincadeiras lúdicas. Você dedica tempo para essas atividades com seus filhos?

Em qualquer exercício é importante a presença dos pais, mesmo que o espaço de tempo não colabore muito. Em determinadas faixas etárias, quando a criança já desenvolve um grau de autonomia esse processo vai dando espaço para observação de resultados. Um dos grandes desejos dos pais é o investimento em cursos extras, fora do currículo escolar. Desde que haja um bom senso, e não um bombardeamento de tarefas, vale a pena.

Cursos de línguas talvez seja um dos mais frequentados, com o amadurecimento é possível até ter a experiência de um intercâmbio. Que nada mais é do que um curso de línguas realizado no país cujo idioma escolhido é o oficial. O planejamento pode começar cedo, tanto no que concerne ao preparo didático, como a questão financeira.
São milhares de estudantes brasileiros que apostam nessa vivência por um determinado tempo fora do país. A partir de 12 anos é possível se inscrever em um desses programas cuja modalidade mescla aulas da língua e atividades extra-curriculares. Para essa faixa etária o intercâmbio funciona como um curso de férias.

Mas alguns especialistas defendem que a partir dos 15 o estudante está mais preparado para se adaptar, mesmo que o tempo de permanência não seja longo, uma viagem internacional demanda mais desafios. Entre os destinos mais procurados está a pequena cidade inglesa Cambridge, e claro, a capital da terra da rainha, Londres.

No entanto antes de um estudante estar pronto para enfrentar as diferenças de um outro país, é preciso uma preparação, não somente no estudo da língua escolhida - quanto mais base melhor será sua evolução na fluência; como também a autoconfiança e desenvoltura para lidar com diferentes situações em terras estrangeiras.

Por isso aconselha-se respeitar a vontade do aluno, em querer ou não participar desse contexto. Mais uma vez a relação familiar oferece ao aluno o alicerce para auto-estima e a evolução pessoal, posições significativas para tal experiência.

Cerca de 90% dos alunos que voltam de um curso no exterior revelam que o contato com outras culturas traz um novo olhar sobre o mundo.


Você gostaria que seu filho(a) estudasse no exterior?

Texto enviado por Roberta Clarissa Leite, colaboradora do site Faculdade.net

O meu filho escreve as letras ao contrário, o que fazer?

O processo de escrita envolve vários conceitos e competências que a criança vai amadurecendo à medida que cresce e as exercita: a lateralidade, a motricidade fina, a aprendizagem dos códigos alfabético e numérico, entre outros.

Porque escrevem as crianças ao contrário? A aprendizagem da escrita deve-se a vários fatores que envolvem mecanismos motores e cognitivos.
O processo de escrita envolve vários conceitos e competências que a criança vai amadurecendo à medida que cresce e as exercita: a lateralidade (saber distinguir a direita da esquerda e noção espacial), a motricidade fina (capacidade de manipular um lápis, por exemplo), a aprendizagem dos códigos alfabético e numérico, entre outros.
Neste artigo da Drª. Ana Lúcia Hennemann encontra a resposta a esta pergunta e sugestões de jogos divertidos para fazer com o seu filho. Boa leitura!
Quando as crianças iniciam a escrita das primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem que evidencia uma nova etapa na vida da criança...
Ao compor as suas primeiras escritas as crianças mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizagem. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados... algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?
Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que a criança tenha o entendimento que nós adultos temos de que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central, [...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, da sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), da postura (eixo postural), da sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e do seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
De acordo com o manual de neurologia infantil de Diament (2005), a partir dos 7 anos a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda. Da mesma forma, encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal apresentar ainda algumas trocas na direção da sua escrita, pois está em processo de aprendizagem, sistematizando as suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos.
Porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia. Se no final do ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, com vista à “escrita correta” das palavras, deverá fazer-se uma avaliação mais detalhada.
Dehaene (2012) demonstra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação. Por esse motivo quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.

A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos
. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
No entanto, na sala de aula existem professores que consideram "errado" quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados. Por isso é necessário esclarecer que, antes de se considerar certo ou errado, é necessário realizar atividades que propiciem alateralidade.
No processo de alfabetização, pais e professores, devem sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo.
Numa abordagem neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
  • A criança tem que manipular um repertório de habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual), um processo que envolve muitasfunções cerebrais, tais como atençãomemóriaperceção (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras.
  • O processo de aprendizagem da escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso espacial, ou seja, visualizar o que está a ser apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo no caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita.
  • Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, o processo de aprendizagem da escrita será automático, ou seja, a criança não precisará de monitoramento cerebral constante para executar a tarefa e terá condições para aumentar o nível de complexidade da escrita.
Existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia na escrita: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto.
A escrita como um sistema organizado manifesta a nossa capacidade de simbolizar. É um processo complexo e a sua aquisição exige o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.

Artigo original: Ana Lúcia Hennemann, 5 de abril de 2013

Professora – Neuropsicopedagoga (CENSUPEG), Especialista em Educação Inclusiva (CENSUPEG), Especialista em Alfabetização (UNICID) e Estudante de Psicologia (FEEVALE)

***Fonte: http://www.maemequer.pt

A hora da roda


Na tentativa de fazermos da escola um espaço menos “marchoso” e mais dançante, a roda é a ciranda do aprendizado

De todas as atividades de sala de aula, a hora da roda pode ser a mais importante. Na roda, o professor recebe as crianças, proporcionando sensações como acolhimento, segurança e de se sentir parte integrante daquele grupo . Ela é considerada como um momento de liberdade de expressão das crianças, de comunicação, de recados, rotinas do dia, os professores não se apercebem, da riqueza de oportunidades de conhecimento e desenvolvimento, que este encontro oferece.

Momento da coletividade. Da afirmação de que estamos a viver em grupo. Hora da escuta, de se mobilizar pelas questões dos outros, pelas narrativas do grupo. Momento de trocas de ideias. Da oralidade. De fazer memória, de contar histórias. Na roda, cada um disposto a se olhar. A se enxergar para além daquilo que a correria do cotidiano impõe. É um momento de reflexão coletiva. De perceber que a cultura está presente naquilo que somos e nos tornamos. É o momento de entender que somos compostos pela fala dos outros. É o momento de experimentarmos o que sabemos na escuta dos demais.

Em roda, as crianças se dispõem ao saber. Percebem que o professor está presente, não só de corpo, mas com tudo o que envolve a vida de um educador: pesquisas, gostos, desejos de mudança. Percebem que os saberes podem ser experimentados de maneira mais leve. Percebem as sequências dos dias. Olham para o lado para ver quem veio e quem não está lá. Combinam. Entendem regras de convívio em grupo. Debatem. Discutem os incômodos singulares em busca de um entendimento de que as regras valem para todos. Falam do que gostam, do que podem. Afirmam a voz como instrumento de organização da rotina. Planejam, avaliam.

Na roda, o educador pode desenvolver atividades que estimulam a construção do conhecimento acerca de diversos códigos e linguagens, como, por exemplo, marcação do dia no calendário, brincadeiras com crachás contendo os nomes das crianças, jogos dos mais diversos tipos (visando apresentá-los às crianças para que, depois, possam brincar sozinhas) e outras. Também na roda deverão ser feitas discussões acerca dos projetos que estão sendo trabalhados pela classe, além de se apresentar às crianças as atividades do dia, abrindo, também, um espaço para que elas possam participar do planejamento diário.

Inspiração! É na roda que as inspirações acontecem. Na roda, os assuntos são abordados, discutidos, trabalhados. Os temas, os projetos, os conteúdos. Conhecimentos que ganham força quando frequentados por cada um. A roda é a responsável por costurar os saberes externos aos saberes internos. O que está fora de nós, como uma história, e o que está dentro, a nossa história, com os nossos afetos. Aprende-se mais em roda por isso!

      E, nessa tentativa de fazermos da escola um espaço menos “marchoso” e mais dançante, a roda é a ciranda do aprendizado. É a dança de passos leves que todo saber deveria nos provocar. Aprender é isso: um baile que te convida a voar! 

Adaptação: o fim dos cinco mitos

Para acabar de vez com velhas crenças sobre os primeiros dias dos pequenos na escola

Gustavo Heidrich


Crianças chorando e pais ansiosos. Esse é o cenário que se vê todo início de ano nas portas de creches e pré-escolas. O momento é tenso para eles e também para o professor, que, sem a exata compreensão sobre o que se passa com os pequenos, tenta a qualquer custo fazer com que eles se sintam à vontade no novo ambiente. 

As últimas semanas do ano ou as primeiras antes do início das aulas são momentos ideais para ajudar a equipe a se preparar para essas situações. Um bom caminho é, nas reuniões de formação, promover discussões para derrubar alguns mitos que rondam o período de adaptação. Confira abaixo cinco ideias que caíram no senso comum e precisam ser discutidas com os professores.

Mito 1
Criança que não compartilha brinquedos não está adaptada

Ilustração: Guazzelli
Ilustrações: Guazzelli
"Você tem de dividir o brinquedo com seu amiguinho." "Isso não é seu, empreste para ele." Frases como essas são comuns em uma sala de Educação Infantil. Para a criança, muitas vezes, elas podem soar como uma ordem, uma obrigação, causando choro e recusa. "Aos olhos dos adultos, a negação da criança em dividir é vista como egoísmo", esclarece Débora Rana. Criar uma situação ameaçadora, aumentando o tom de voz ou sugerindo uma punição caso a criança não divida ou colabore com um colega, não é o caminho.

O que acontece Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento autocentrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. A compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um processo mais amplo de reconhecimento do outro.

Como orientar os professores Nas reuniões de formação, leve referências teóricas sobre as fases de desenvolvimento das crianças e seus comportamentos, como os estudos do educador francês Jean Piaget (1896-1980). O trabalho com estratégias de partilha e colaboração pode ser facilitado se o professor for orientado a montar em sala grupos menores, com duas ou três crianças, e a promover combinados - como o de que a criança pode ficar com um brinquedo por certo tempo, mas que depois deve cedê-lo ao colega. Agir de maneira firme e ao mesmo tempo acolhedora, a fim de mediar os conflitos e não negá-los ou resolvê-los de forma impositiva, é outra dica. Na hora do impasse, o ideal é expor o conflito e descrever para a criança as consequências de querer o objeto só para ela. Além disso, incentivar que elas verbalizem o que estão sentindo e encontrem soluções em conjunto ajuda no processo de mudança de atitude.


Mito 2
Criança adaptada é extrovertida e participativa

Ilustração: Guazzelli
Durante uma brincadeira de roda, a turma está toda junta, cantando. Apenas uma criança olha para o teto, cantarola baixinho alguns versos e não interage com as outras. A professora chama a atenção: "Cante mais alto! Você está triste? Por que nunca participa?" Certamente, quem age assim pensa que está incentivando a interação. Contudo, pode ocorrer o efeito contrário. "O mais adequado é se perguntar qual estratégia seria melhor para que a criança responda às atividades", diz Ana Paula Yasbek, coordenadora pedagógica do Espaço da Vila, em São Paulo. Elogiar apenas os alunos mais participativos aprofunda o sentimento de não-pertencimento.

O que acontece Existem as crianças extrovertidas, como também as tímidas. O respeito à personalidade de cada uma é essencial para o processo de adaptação e o direito à timidez precisa ser assegurado.

Como orientar os professores As estratégias para integrar as crianças devem ser procuradas pelo conjunto de educadores - e, certamente, com a ajuda dos pais. Para tanto, uma entrevista do coordenador pedagógico com os familiares sobre as preferências dos filhos é fundamental. Esse material será cruzado, durante a formação, com os registros de classe, relatórios de adaptação e portfólios. O que está sendo proposto atende às necessidades da criança? É possível também fazer visitas à sala ou gravar vídeos para perceber as práticas que funcionam melhor para cada criança e para o grupo.


Mito 3
Na Educação Infantil, todos precisam ser amigos

Ilustração: Guazzelli
"Que coisa feia! Dá a mão para o seu colega." Fazer com que as crianças se tornem amigas não é tarefa da escola, mas ensinar a conviver é um conteúdo imprescindível na Educação Infantil. Nem crianças nem adultos são amigos de todas as pessoas que conhecem e não por isso a convivência pessoal ou profissional é inviável. O papel do professor é incentivar e valorizar o que as crianças têm em comum. A escolha sobre com quem elas desejam ter uma relação mais próxima é absolutamente dela.

O que acontece No período de adaptação, primeiro há a criação do vínculo para que o trabalho escolar aconteça. Ele deve estar baseado no respeito entre as crianças e entre elas e os professores. Aos poucos - e naturalmente -, a afetividade vai sendo construída baseada nas afinidades dentro do grupo.

Como orientar os professores Os educadores devem intervir apenas quando a amizade prejudica a participação nas atividades (por exemplo, quando uma criança só quer ficar com alguns colegas e se isola do coletivo). A professora precisa ser orientada a desenvolver um olhar atento sobre as situações ideais para explorar os gostos comuns em favor da aprendizagem. Nos encontros de formação, invista na criação de oportunidades para que os pequenos se apresentem e falem dos seus objetos preferidos e discuta as situações reais que acontecem em sala.


Mito 4
Quando estão integrados ao grupo, os pequenos não choram mais

Ilustração: Guazzelli
Basta chegar à escola que as lágrimas aparecem. Se a mãe vai embora, elas aumentam. Na hora de brincar, de comer, de ler, choro. Muitos professores ficam desesperados e tentam distrair a criança mostrando imagens ou arrastando-a para um canto com brinquedos. Um engano, pois essa atitude pode atingir o objetivo imediato - que é acabar com o choro -, mas não resolve o problema.

O que acontece "Essa manifestação é apenas um sintoma do desconforto da criança", afirma Débora Rana. Interpretar esse e outros sinais - como inapetência e doenças constantes - é fundamental durante a adaptação. O que eles significam? Por outro lado, a ausência do choro não quer dizer que a criança está necessariamente se sentindo bem: o silêncio absoluto pode ser um indicador de sofrimento.

Como orientar os professores Uma criança que passa longos períodos chorando necessita de acompanhamento mais próximo. Na falta de auxiliares, ele pode ser feito pelo próprio coordenador até a criança se sentir mais segura. Ajuda também ter um plano para receber bem as crianças na primeira semana de aula. O uso de tintas, água e brincadeiras coletivas variadas é um exemplo de práticas atraentes que ajudam os pequenos a se interessar pelo novo espaço. Fazer com os professores uma orientação programada para que as crianças tragam objetos de casa - como fraldas, panos e brinquedos, que vão sendo retirados paulatinamente - auxilia a reduzir a insegurança.


Mito 5
A presença dos pais nos primeiros dias só atrapalha a adaptação

Ilustração: Guazzelli
Na porta da sala, uma dezena de pais se acotovela querendo ver os filhos em atividade. A cena, pesadelo para muitos professores de Educação Infantil, que não sabem se dão atenção às crianças ou aos adultos, é representativa de um elemento essencial para que a adaptação aconteça bem: a boa integração entre a família e a escola, que deve acontecer desde o começo do relacionamento.

O que acontece Nem todo pai ou mãe conhece as fases de desenvolvimento da criança e as estratégias pedagógicas usadas durante a adaptação. Eles têm direito de ser informados e essa troca é fundamental na transição dos pequenos do ambiente doméstico para o escolar. A ansiedade dos pais vai diminuir à medida que a confiança na escola aumenta - e isso só acontece quando há informações precisas sobre a trajetória dos pequenos.

Como ajudar os professores É função do coordenador pedagógico acolher as famílias, fazer entrevistas para conhecer a rotina da criança e explicar o funcionamento e a proposta pedagógica da escola, além de estabelecer um combinado sobre a permanência dos pais na unidade durante a adaptação. Criar juntamente com os professores um guia de orientação para eles com dicas simples - como conversar com a criança sobre a ida à escola, a importância de levá-la até a sala e de chegar cedo para evitar tumulto - pode evitar problemas. Além disso, desenvolver um relatório de distribuição periódica, com informações sobre os progressos na aprendizagem e na socialização das crianças ajuda a aplacar a ansiedade dos pais.



Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA 
A Construção do Real na Criança, Jean Piaget, 392 págs., Ed. Ática, tel. (11) 3990-1777, 36,90 reais
Os Fazeres na Educação Infantil, Maria Rosseti e outros, 208 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3611-9616, 43 reais
Manual de Educação Infantil, Anna Bondioli e Suzanna Mantovani, 356 págs., Ed. Artmed, tel. (51) 3027-7000, 66 reais